A criação da Rede Social de Angico, Peixe e Região, em Campo Alegre de Lourdes (BA), tem ajudado a fortalecer os povoados de Angico dos Dias e dos chamados Baixões nos últimos anos. Os grupos de geração de renda e outras ações importantes desenvolvidas pela Rede Social, com o apoio do Instituto Lina Galvani, contribuem para o desenvolvimento comunitário e o surgimento de novas perspectivas para os moradores. Este trabalho vem ganhando força com o processo de formulação de um Fundo Social Rotativo, que está em desenvolvimento.

“A ideia de criar um Fundo Rotativo foi convidar a comunidade a gerir seus próprios recursos. O Instituto doa o recurso para iniciar o Fundo, mas a partir daí cabe à comunidade fazer a gestão, definir prioridades, avaliar e acompanhar como esse recurso retorna para o Fundo e assim assegurar sua perpetuidade ” explica Ricardo Mastroti Diretor Executivo do Instituto Lina Galvani.

“O objetivo principal do Fundo é apoiar os grupos socioprodutivos e outros projetos locais, no sentido de dar continuidade às suas atividades e possibilitar a criação de novas iniciativas, promovendo ainda mais impactos positivos e de desenvolvimento nas localidades”, diz Patrícia Limeres, coordenadora de Relacionamento Institucional e Comunidades do Instituto Lina Galvani.

A Feira Anual da Rede Social de Angico, Peixes e Região e Convidados: Sabores e Saberes foi escolhida como projeto piloto para o Fundo e acontecerá em outubro.  “Estamos dando o suporte para o planejamento estratégico da feira, já estruturando-o com um modelo de negócios que o Fundo poderá replicar em seus futuros aportes”, explica Petrina Santos, consultora da Ageeo e parceira na implantação do projeto.

Tomando a Feira como exemplo, podemos dizer que o evento está sendo planejado como um “negócio local” gerido pela própria comunidade, com todas as características que permitam que ela tenha lucro e gere recursos que possam ser devolvidos ao Fundo e utilizados novamente nos futuros investimentos que serão escolhidos pela comunidade.

Essa visão fortalece o protagonismo comunitário, pois dá aos moradores subsídios para criar e desenvolver projetos próprios com autonomia, sem depender de recursos externos para colocá-los em prática. “A médio e longo prazo, acreditamos que o Fundo vai gerar a independência e sustentabilidade dos grupos socioprodutivos e demais ações que a comunidade julgar importantes para o seu desenvolvimento”, diz Patrícia.