Como forma de apresentar novas técnicas de recuperação de vegetação nativa aos produtores rurais, a Campanha Lem APP 100% Legal integrou as atividades do Dia de Campo Oilema, na primeira semana de março, no Condomínio Irmãos Gatto. Foram distribuídas cerca de 450 mudas nativas do Cerrado, como ipê-rosa, aroeira e mutamba. Segundo a organização, cerca de mil pessoas passaram pelo evento, que tem o objetivo de atualizar os produtores e profissionais do setor agrícola em relação às novas tecnologias relacionadas às sementes e cultivares de soja para a próxima safra.

Distribuição de mudas no Dia de Campo Oilema - mar/2012

Uma realização da Prefeitura de Luis Eduardo Magalhães, Instituto Lina Galvani e Conservação Internacional, com a parceria da Monsanto, a Campanha tem o objetivo de oferecer apoio técnico e científico àqueles que possuem vegetação nativa degradada em nascentes e margens de rio, veredas e topos de serra, classificadas pela legislação brasileira como Áreas de Preservação Permanente (APPs). Também foi distribuído durante o evento um material de divulgação da Campanha, uma iniciativa pioneira em toda a Bahia.

Segundo Paulo Levinski, um dos organizadores do evento, a participação da Campanha LEM APP 100% Legal no dia de campo foi importante como forma de reforçar a importância da conservação e da manutenção da vegetação em APPs. “Hoje o produtor tem uma consciência bem maior, e consegue dialogar com a questão ambiental”, afirma.

Das 12 propriedades inicialmente inseridas na Campanha LEM APP 100% Legal, duas pertencem ao Condomínio Gatto, sendo que uma delas recebeu pela primeira vez na Bahia o plantio mecanizado de sementes nativas que contempla a técnica da “muvuca”, que consiste na mistura das mais variadas sementes nativas como caraíba, pequi, timbó e ipê com sementes agrícolas como feijão catador, guandu, crotolária e milheto.

De acordo com Georgina Cardinot, gerente do Programa Cerrado Pantanal da Conservação Internacional, a participação em dias de campo é uma oportunidade para a campanha levar ao conhecimento dos produtores novas técnicas de recuperação de áreas degradadas com um menor custo e tempo, utilizando maquinário e uma dinâmica de campo semelhantes às utilizadas nas culturas agrícolas. “Queremos que os produtores que possuem necessidade de recuperar APPs conheçam experiências que dão certo em outras regiões e tentem adaptar essas novas técnicas à realidade da sua propriedade”, avalia. “É preciso desmistificar entre os produtores que recuperação de vegetação nativa é difícil e cara”, conclui.