Na sexta-feira, 03, durante a Bahia Farm Show no município de Luís Eduardo Magalhães, o público pode conhecer um pouco mais sobre as ações desenvolvidas nos nove primeiros meses da Campanha LEM APP 100% Legal. Iniciada em agosto de 2011, a Campanha fornece apoio técnico e científico aos produtores que queiram restaurar as suas áreas de preservação permanentes, as APP’s. É uma realização da Prefeitura de Luis Eduardo Magalhães, do Instituto Lina Galvani e da Conservação Internacional (CI-Brasil), com a parceria da Monsanto. Conta ainda com o apoio da Associação dos Irrigantes e Agricultores da Bahia (AIBA), da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA) e do Sindicato dos Produtores Rurais de LEM.

A exibição de um vídeo produzido sobre a Campanha LEM APP 100% mostrou detalhes das ações realizadas no município, onde cerca de dois mil hectares de APP’s deverão ser restaurados. Dentre as opções de restauro utilizadas está uma técnica pioneira na região, a muvuca, uma mistura de sementes nativas e agrícolas que é plantada com o mesmo maquinário utilizado na produção agrícola. Uma área piloto, na Fazenda Liberdade está sendo restaurada com a técnica e também, com o plantio de mudas. “O que chama atenção na muvuca é o baixo custo, a técnica pode reduzir em até 50% do valor do plantio convencional de mudas”, disse o coordenador do Parque Fioravante Galvani, João Santana.

Outra ação da Campanha LEM APP 100% que busca aliar ecologia a economia e, que está ajudando a criar uma nova cadeia econômica na região é a Rede Coletora de Sementes. Trata-se de uma oportunidade para moradores de comunidades rurais do município, aumentarem a renda familiar, valorizando o cerrado. A rede funciona como uma bolsa de valores onde técnicos da Prefeitura e do Instituto Lina Galvani discutem com os coletores o preço de cada semente. Após a coleta, as sementes são compradas pela Prefeitura com recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente.

De acordo com a secretária de meio ambiente de Luis Eduardo Magalhães, Fernanda Aguiar a renda média por família é de R$ 400,00 e o dinheiro arrecadado com a venda de sementes começa a promover a mudança de vida destas pessoas. “É fantástico quando a gente vai às comunidades e pergunta o que eles fizeram com o dinheiro da venda. Uma senhora comprou uma ovelha, outra, um sistema de irrigação. Um trabalho que tem dado muito orgulho e satisfação para a Prefeitura de Luis Eduardo Magalhães. As comunidades estão mais unidas. Fortaleceu os laços entre elas. É uma grata alegria”.

As sementes coletadas são levadas ao Instituto Lina Galvani, selecionadas e, finalmente, utilizadas no restauro das APP’s. Calcula-se uma demanda de 300 mil sementes por hectare no município. “Estes resultados alcançados no primeiro ano da Campanha reforçam Luis Eduardo Magalhães com um modelo de ação público privado, além de mostrar que é possível conciliar restauração e preservação. Para o próximo ano, pretendemos ampliar a atuação da Campanha na região”, avalia a gerente do Programa Cerrado Pantanal da Conservação Internacional, Geogina Cardinot.