Sueli Manfrim no Café com Empreasas promovido pelo ILG - nov/2010

Aos 58 anos de idade, 9 deles em Paulínia e 6 à frente da AMBAP (Associação de Moradores de Betel e Alvorada Parque), Sueli Manfrim fala de sua história, sua relação com a associação, seus sonhos e expectativas para a melhoria do bairro.

Desde quando está à frente da Associação?

Quando eu cheguei aqui em Betel tinham uns problemas de poluição no ar, então eu comecei a querer entender como é que as pessoas estavam lidando com a situação e me envolvi muito com elas, que me convidaram para fazer parte da associação. Eu acabei assumindo a presidência, já faz 6 anos. Inclusive eu mudei o estatuto, pois ele permitia que você se reelegesse várias vezes. Não acho isso legal, então mudei para dar oportunidade para outras pessoas. Eu vou continuar ajudando, mas a gente já conseguiu outro presidente. Ele assume em abril e se chama Pascoal.

Qual o papel da Associação?

A Associação antigamente só cobrava as autoridades. Mas seu papel é muito mais que isso. Tem que incentivar a comunidade a se organizar e não depender apenas do poder público. No início, por exemplo, nós tínhamos uma praça que os próprios moradores jogavam lixo no terreno. Aí nós decidimos, com os pais e as crianças, colocar umas sacolinhas lá e começamos a catar o lixo. Aí as pessoas vieram com a gente, pararam de jogar lixo, nós mostramos que ali é um espaço público, que é de todo mundo. E aí nós plantamos mudas de árvores, pedimos bancos e recipientes para lixo para as empresas, um morador doava cimento, outro pedra, outro areia … Agora, quando quebra alguma coisa, a gente não vai lá pedir pra prefeitura consertar, um pai mesmo vai e conserta. Então a gente tem que se unir. A intenção da Associação é unir forças.

Que projetos desenvolvem?

Primeiro o Viva Betel, em que as crianças praticam esporte e que já existe há três anos. A primeira empresa que nos apoiou foi a Galvani. Agora conseguimos o apoio da Evialis e da Heringer. Também temos um coral, os Querubins de Betel, com as crianças da escola Domingos de Araújo. O maestro uma vez me procurou para escrever um projeto para melhorar o coral, fazer uma mini-orquestra de cordas. Eu aceitei, escrevemos. Esse é um projeto que vai ser desenvolvido agora em 2011, apoiado pela Petrobrás. Outro é o Grupo de Jazz, que também é uma gracinha, dançam muito bem e a CPFL agora está apoiando. Esses apoios são uma grande conquista, porque a gente já vem trabalhando, fazendo contato com essas pessoas há um tempo, mas até ter uma credibilidade demora.

Qual a importância da parceria do ILG para a Associação?

Essa parceria foi muito importante para nós, porque se não fosse o Instituto, talvez a gente não fosse conseguir tão rápido. Tendo o apoio de uma empresa, ela também ajuda a abrir as portas. O ILG e a Galvani foram os primeiros que acompanharam, que viram a nossa luta, a nossa responsabilidade, a maneira como a gente trabalhava. E acreditaram. Essa parceria é fundamental, a gente tá muito feliz com isso, muito mesmo.

Quais foram as principais conquistas da Associação no último ano?

Eu fico feliz porque foram várias. A gente conseguiu iluminação pro bairro, que tampassem um monte de buracos, melhor sinalização das vias, o registro no CMDCA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente), no CEMASP (Centro Musical de São Paulo) e também um na prefeitura. É muita coisa, tenho que consultar o meu blog, está tudo lá.

Quais os planos para 2011?

Colocar os nossos projetos pra realmente surtir efeito, que atendam um maior número de crianças e as famílias que estão envolvidas. A gente tem vários problemas no bairro, em relação a drogas que envolvem algumas famílias daqui. Queremos proteger essas que já estão com a gente o máximo possível. Queremos também um melhor desenvolvimento dessas crianças. Isso a gente já percebe com a parceria com o ILG no projeto de esportes.

Como você enxerga a Associação e o bairro daqui a 5 anos?   

Eu tenho muita esperança que ela vire realmente uma Associação que não deixe de atender nenhuma criança. Nós vamos fazer, se Deus quiser, a construção de um espaço de atividades para os moradores no terreno que conseguimos com a prefeitura. Nosso sonho mesmo é esse. A gente quer que cresça a orquestra, a questão do esporte. E pretendemos manter essa parceria com o Instituto, cada vez melhor, né? Junto com os parceiros a gente pode realmente fazer um bom trabalho.