Há 5 anos, uma semente foi plantada numa comunidade de Angico dos Dias no sertão da Bahia. O sonho: criar um ambiente de articulação popular e de esforços coletivos para trazer desenvolvimento para essa localidade. Nascia assim a Rede Social de Angico dos Dias.

Aos poucos, a ideia germinou e começou a dar frutos. Durante esse relativamente curto período de vida, já foram muitas as conquistas, como a formação de grupos de geração de renda, a realização de atividades educacionais e de resgate cultural, a concretização de um grupo de idosos (o Diversão Não Tem Idade), um grande mutirão de construção da Praça São José, entre tantas outras realizações que nasceram a partir do empenho coletivo dos moradores.

Sem a participação ativa das pessoas da comunidade, que abraçaram a proposta da Rede Social e depositaram esperança e empenho nesse projeto, nada disso seria possível. É o caso de Eva Custódio da Silva, que faz parte do Flor do Sertão, grupo de geração de renda voltado para a produção de artigos de moda e acessórios. Nessa edição da News, conversamos com ela sobre a importância da Rede Social e as transformações que ela trouxe para Angico dos Dias:

dscf3309Na sua visão, qual a importância da Rede para a comunidade?
A Rede Social de Angico dos Dias traz muitas coisas boas para nós. Ela permite que os moradores se reúnam para discutir melhorias na comunidade e ir atrás desses objetivos. É um espaço de conversa, de troca de informações e de realizações muito importante para nós.

O que mudou desde a implantação da Rede Social?
Antes, a gente não tinha meios de buscar ajuda para resolver os problemas da comunidade. Não tínhamos, por exemplo, posto de saúde. Só íamos ao médico quando não tinha mais jeito, porque era longe para nós. Agora, por conta das ações da Rede, temos acesso à saúde. O mesmo aconteceu com a água. Antigamente, tínhamos que abrir cacimbas, agora, tem água encanada e estão abrindo mais poços. Tudo isso veio a partir das discussões que tivemos.

Que outras melhorias você percebeu nesse período da Rede?
Ah! Muitas outras. Tem a Praça São José, que nasceu de conversas na Rede, foi construída pela própria comunidade e acabou se tornando um ponto de encontro e de lazer que não tínhamos em Angico. Os idosos também conquistaram seu espaço com o Diversão Não Tem Idade, que promove atividades para eles. E tem ainda as crianças, que participam do Incentivo à Leitura.

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E como é o envolvimento da comunidade?
Muito grande! Sempre vem bastante gente querendo colaborar. E quando tem algum projeto para participar, a comunidade toda se junta, faz parte das reuniões, conversa e depois parte para a ação.

Na sua opinião, qual a contribuição dos grupos de geração de renda?
Para nós, foi muito bom a criação desses grupos tanto para nós, porque aprendemos mais, quanto para a comunidade, que pode ter acesso a produtos mais baratos e de qualidade. As capacitações promovidas pela Rede foram ótimas para nossa formação e para aprimorarmos nosso trabalho, como fazer um acabamento melhor nas peças. Acho que os grupos de geração de renda abriram novas portas para todos os participantes. Vejo os grupos crescendo cada vez mais e se transformando em uma alternativa de renda para a comunidade. A gente do Flor do Sertão, por exemplo, já mandou artigos para São Paulo, Brasília e Anápolis, além, claro, das vendas na comunidade. Se não fosse pela Rede Social, a gente não teria essa oportunidade.

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