Engenheiro Químico e gerente da unidade da Galvani em Campo Alegre de Lourdes (BA), Ricardo Auzier, 36 anos, é um entusiasta da parceria que a empresa tem com o Instituto Lina Galvani e a Rede Social de Angico, Peixe e Região. “Não medimos esforços nas iniciativas que contribuam para o crescimento da comunidade”, diz. “Considero que a Rede, o ILG e a Galvani não são peças distintas, seguimos a mesma ideologia e estamos sempre juntos trocando ideias, buscando alternativas para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem na região”. Nesta entrevista, ele conta como é a participação da empresa na Rede, os resultados já alcançados e o que espera no futuro para o projeto.  

Como é a participação da Galvani na Rede Social?
Nossa relação com a Rede é realmente muito próxima. Várias pessoas da fábrica e eu mesmo fazemos parte. Mesmo que muitos não residam na região, participamos porque somos parte da comunidade. Essa colaboração acaba deixando mais efetiva a relação da Galvani com a Rede e as iniciativas desenvolvidas. Os funcionários participam dos grupos temáticos, como o de Saúde, de Lazer e de Resgate Cultural, e muitos utilizam seus conhecimentos na área para dar suporte ao projeto. Eu, como gerente, apoio totalmente a Rede e seu formato não assistencialista, e fazemos de tudo para ajudar as iniciativas que tragam benefícios para a comunidade.

Qual a importância das empresas apoiarem projetos como o da Rede Social?
A principal é a de demonstrar, de fato, o valor da responsabilidade social. Não considero que uma empresa que não apoia melhorias na comunidade na qual atua tenha, de fato, a responsabilidade social na sua carteira. Não basta discursar, ser apenas da boca para fora. É necessário agir, envolver-se, buscar o desenvolvimento da região onde está inserida.

Que mudanças a Rede Social já trouxe para Angico dos Dias?
Vários projetos já contribuíram para melhorar a vida na comunidade, como a construção de caixa d’água e a execução de calçamento (veja a reportagem aqui). Mas ressalto, como exemplo, o último evento relacionado à Rede, que foi a entrega de 300 filtros de barro para tratamento de água, realizado no último Dia dos Pais. É interessante ver que os moradores ficaram muito satisfeitos não apenas por ganhar os filtros, mas, principalmente, em receber uma orientação sobre a importância desse utensílio para a saúde da família. É a informação que vai além da doação e contribui para a melhoria da sua qualidade de vida no dia a dia.

Que outros aspectos você observou na comunidade desde o início da Rede Social?
Houve uma mudança de pensamento. As pessoas não vêem mais o projeto como uma iniciativa paternalista, de apenas receber a ajuda. Todos têm consciência que também fazem parte de um movimento maior, da construção de um projeto no qual estão inseridos e são parte atuante. É importante esta questão da autoafirmação e da valorização pela comunidade. Hoje, sabem que têm força para se organizar, caminhar com as próprias pernas, gerar um movimento e até exigir dos órgãos públicos, por exemplo, mais melhorias na região.

Como você imagina a Rede Social no futuro?
Eu espero vê-la crescer ainda mais e se expandir para outras comunidades. Que a semente que plantamos em Angico possa germinar e gerar novas sementes em outras regiões e melhorar a qualidade de vida também nesses locais. A Rede Social deve fomentar essa expansão para outras células, multiplicar as iniciativas. E isso já vem acontecendo. Quando moradores de outras localidades comparecem em eventos como o da entrega dos filtros de barro, por exemplo, ficam interessados em saber mais, participar. Eles constatam que ali também estão sendo passadas informações importantes e que o conhecimento está sendo disseminado. É o conhecimento o principal agente transformador da vida das pessoas.

Ricardo Auzier, à direita, durante reunião da Rede Social - 2012