Um importante passo para a implantação de projetos no município de Serra do Salitre foi dado com a criação da Agenda de Futuro. Com base nos sonhos e opiniões da população, o documento elaborado pelo ILG reúne os principais desejos da comunidade para a sua região e servirá para promover o desenvolvimento local de uma maneira mais sustentável e organizada e guiar os possíveis investimentos sociais.

Na reunião de apresentação da Agenda, em março, foi possível ver o interesse popular em torno das propostas, com a participação de cerca de 80 pessoas no evento – do poder público, empresários e funcionários da Galvani a jovens, educadores e moradores da comunidade. Entre eles estava o microempresário Acrísio da Silva Rocha Júnior, conhecido como Juninho, que acompanhou especialmente as propostas para o setor de turismo, sua área de maior interesse. Na News desse mês, conversamos com ele sobre sua visão com relação ao trabalho realizado na região, a participação da comunidade e os sonhos para o futuro de Serra do Salitre. Confira a entrevista.

Como você viu a movimentação da comunidade em torno da Agenda de Futuro de Serra do Salitre?

Foi muito positivo. Nas reuniões, a gente acaba descobrindo pessoas também interessadas no desenvolvimento e lideranças. Foi muito proveitosa a participação da população nas pesquisas realizadas, que levantaram dados que nem a gente tinha conhecimento. Senti que todo mundo está na esperança e com um desejo que a Serra melhore. De certa forma, às vezes você sabe o que deve ser feito, mas não sabe os caminhos a serem tomados. E a Galvani, junto com o Instituto, veio com essa intenção de indicar o caminho das pedras para a gente, dar a direção para começarmos algum trabalho social de melhora. Acho que todo mundo identificou esse momento, de começar a puxar a linha para desenvolver um bom trabalho social dentro da comunidade.

A Agenda de Futuro reuniu os sonhos que a população tem para a comunidade. Você acha que ela foi representativa nesses desejos gerais?

Sim. Na Agenda foi apresentado muita coisa. Trabalhar com o sonho de cada um é complicado e, ao mesmo tempo, muito necessário. Quando se pega os sonhos de uma criança e de um idoso, por exemplo, eles são bem distantes uns dos outros. Mas vimos que a grande maioria tem sonhos comuns. E são esses que acredito que devem ser o gancho que temos que trabalhar em cima. Porque fica mais fácil agregar pessoas quando há um desejo comum e, dessa forma, fazer com que eles se tornem realidade.

Quais você considera os desejos mais representativos?

É difícil citar um mais importante, porque a Serra é uma região muito carente de desenvolvimento, de saúde, de serviço social, de educação – no sentido de conscientização do que pode ser feito e das obrigações como cidadão e as administrativas. Então, acho que é preciso fazer primeiramente um trabalho de conscientização com a população. As pessoas esperam muito do município e se sentem mais no direito do que no dever – e eles devem caminhar juntos, os direitos e os deveres. Mas se tiver que citar um dos desejos, eu acredito que a parte de turismo, que encabecei, engloba muita coisa. De certa forma, ele é uma junção de todos os sonhos que apareceram, porque dentro do turismo pode-se trabalhar a melhoria de vários setores dentro do município, desde educação e geração de divisas até a formação de grupos de artesãos e criação de empregos. E para receber os turistas, também há uma melhoria no comércio, na infraestrutura e na saúde, por exemplo. É um setor muito abrangente e, por isso, tenho vontade que seja um dos projetos olhados com mais carinho pela população.

E como você viu a proposta da própria comunidade fazer parte dessa transformação?

Acho que todo mundo enxergou essa importância. Inclusive, na reunião de lançamento da Agenda de Futuro, foi ressaltado que o Instituto estava vindo para agregar, ajudar nessa transformação dentro da comunidade, porém, é essencial a participação da população para que tudo isso aconteça. As pessoas têm que se conscientizar que a Galvani e o Instituto podem fazer muito, mas elas também têm que estar inseridos dentro desse projeto e arregaçar a manga, fazer parte. E já dá para ver um movimento de participação. Fiquei surpreso especialmente no lançamento da Agenda de Futuro porque tinha bastante gente.

O que você espera do futuro a partir dessa Agenda?

Espero o melhor de tudo isso que sonhamos juntos. Que as pessoas se deem as mãos, vejam a necessidade de fazerem parte do processo e acreditem nesses  sonhos. Que todos trabalhem juntos por uma melhoria aqui do município.