Pelas ondas do programa Cultivar, a voz da Ranislene Fernandes de Farias, de 18 anos, ecoa pelos aparelhos de rádio da comunidade Angico dos Dias, no município de Campo Alegre de Lourdes, na Bahia. É uma novidade para ela. Até pouco tempo, a jovem nem sonhava em se tornar repórter. E muito menos que teria a desenvoltura necessária para realizar as entrevistas e locuções.

A descoberta da vocação aconteceu durante as oficinas de Educomunicação, uma técnica que propõe a construção colaborativa de conteúdos em diversas linguagens como uma ferramenta para potencializar o desenvolvimento comunitário.

Nas capacitações, promovidas pelo Instituto Lina Galvani desde 2017, ela e os outros participantes aprenderam a fazer jornal, fanzine, fotonovelas e vídeos, mas foi o rádio que mais a encantou. Na entrevista especial desse mês, conversamos com Ranislene sobre os aprendizados que teve com a Educomunicação e as transformações que eles trouxeram para a sua vida:

CONSTRUÇÃO CONJUNTA

Elas foram essenciais porque aprendi bastante, principalmente no sentido de desenvolver um processo de criação. Eu participei de todas, e o que achei mais bacana foi a interação de todos os participantes para realizar um projeto conjunto. O grupo trabalha dividido em tarefas, cada um tocando a sua parte determinada, e quando junta tudo o projeto fica perfeito!

A DESCOBERTA DO RÁDIO

Eu não fazia ideia que tinha talento para a rádio. Descobri durante a oficina e acabei gostando. Gostei especialmente da parte de edição de áudio, que tive o primeiro contato e aprendi durante as aulas de Educomunicação. No programa que fizemos, também fui locutora. Depois, soube que alguns participantes que se destacaram foram selecionados para contribuir no programa Cultiva. Quando me convidaram, aceitei na hora!

NAS ONDAS DO DIALOGO

Já gravamos alguns programas Cultivar e a experiência está sendo ótima. Primeiro porque eu nunca tinha trabalhado e é algo novo, e também porque continuo aprendendo muito com o Carvalho Filho, um locutor muito experiente nessa área. Além disso, é muito interessante participar desse projeto porque acabo conhecendo melhor as pessoas da comunidade e suas necessidades durante as entrevistas.

VENCENDO O DESAFIO

Confesso que deu um pouco de medo de participar do programa no início porque eu não sabia como iria ser! Sou um pouco tímida, então tinha dúvidas se conseguiria fazer as entrevistas ou mesmo fazer as locuções direitinho. Porém, quando vi como tudo funcionava, percebi que era possível. Hoje, as pessoas comentam que estou indo muito bem e tenho o maior apoio da minha família.

OUTROS APRENDIZADOS

As oficinas também me ajudaram a melhorar a comunicação com as pessoas em si. Fiquei muito melhor na fala e também na produção de textos para vídeos e panfletos, por exemplo. E melhorou inclusive na escola, com a apresentação de trabalhos.

E O FUTURO?

Essa experiência está me ajudando bastante a pensar no futuro. Acabei de me formar, então ainda tenho dúvidas do que quero. Mas hoje vejo que trabalhar com comunicação pode ser um dos caminhos a ser escolhido. Ter feito as oficinas e participar do Cultivar pode abrir muitas portas para o que pretendo ser. Quem sabe entrar em uma faculdade de Comunicação Social!