Na roda de encerramento da celebração dos 15 anos do Instituto Lina Galvani, realizada em São Paulo, Renato Santana dos Santos tomou a palavra e conduziu uma ação de música e dança que deu o gran finale perfeito para a festa, com todos reunidos em clima de descontração e união. A prática para fazer a atividade com tamanha desenvoltura ele obteve com o estudo da capoterapia, uma terapia alternativa que utiliza elementos da capoeira adaptados para pessoas sem o hábito de prática de atividade física ou esportiva. Renato é professor dessa atividade em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, e desenvolveu o projeto Qualidade de Vida na Melhor Idade, um dos contemplados do edital Ideias e Ações, promovido pelo Instituto Lina Galvani. Na entrevista especial desse mês, conversamos com ele sobre essa terapia e o andamento do projeto na comunidade.

Renato, no meio, durante o evento de 15 anos do Instituto

O diferencial da Capoterapia
Essa prática traz elementos da capoeira, como a música, os movimentos e a sua essência, em exercícios adaptados para pessoas que não têm o costume de realizar atividades físicas, respeitando as limitações de cada participante. O que a mais diferencia de outras atividades é que não trabalhamos apenas a parte física, mas também a psicológica. Tudo é muito lúdico, com cantigas de roda, o que deixa o exercício mais prazeroso.

Caso marcante
Há vários relatos que me lembro, porém, o mais marcante é o de uma aluna que tinha um problema de depressão. Ela começou a fazer capoterapia há dois anos e melhorou tanto sua vida e a autoestima com a atividade que, por conta disso, decidiu prestar vestibular para a faculdade de Educação Física. Sinto um prazer enorme ao ver que as pessoas estão melhorando sua qualidade de vida e se integrando na sociedade, por meio dessa prática. Elas estão crescendo a partir da capoterapia!

Ideias e Ações
Fiquei muito feliz em participar do edital. Às vezes, a gente trabalha muito tempo com projeto social sem apoio nenhum. O primeiro suporte que tive veio com o Ideias e Ações. As oficinas de capacitação foram (e estão sendo) excelentes e aprendi muito, principalmente com relação à organização que devo ter em minha iniciativa social e como estruturá-la. Meu projeto já estava andando, mas com as qualificações durante o ano melhorou e deu um levante bem legal. Hoje, já atendo a cerca de 100 pessoas.

Sinergias
Outro fator importante do edital é a possibilidade de ter contato com outras pessoas que desenvolvem projetos sociais na comunidade, que trazem parcerias e troca de experiências. No Ideias e Ações temos trabalhado essa união, um acaba ajudando ao outro.

Conquista
Tive a felicidade de realizar a Primeira Jornada de Capoteraia de Luís Eduardo Magalhães. O evento teve um êxito muito grande! Reunimos cerca de 200 pessoas, com especialistas de várias cidades e até de outros estados, como o Distrito Federal e o Piauí. Foi uma realização para mim e tenho certeza que o edital ajudou muito porque, através dele, conseguimos fazer uma café da manhã para os participantes e todo o processo de organização.

Renato, no centro da roda, com seu pandeiro finalizando a roda de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) no evento de 15 anos

15 anos do Instituto Lina Galvani
Foi muito bom participar do evento, pois pude conhecer São Paulo e toda a equipe do Instituto, além de mais pessoas que trabalham com desenvolvimento comunitário. Foi a chance de conhecer outras realidades e trocar experiências. Adorei também conhecer a Terapia Integrativa e, inclusive, estou me organizando para fazer uma formação. Acredito que ela tem um processo de inclusão social gigantesco e alguma semelhança com a capoterapia. Quero fazer o curso e conseguir unir as duas. Quem sabe até criamos uma nova técnica, a partir dessa experiência!