As oficinas de Educomunicação que promovemos desde o ano passado nos municípios de Campo Alegre de Lourdes e Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, e de Serra do Salitre, em Minas Gerais, contribuem para empoderar os moradores, difundir novas e diferentes maneiras de transmitir as mensagens sobre os projetos e ações e, dessa forma, potencializar o desenvolvimento comunitário. Nos encontros, os participantes criam em conjunto mídias como jornal, fanzine, fotonovela e programas de rádio e TV.

A atividade cria vínculos entre eles, contribui para o debate e, inclusive, os motiva para novos desafios. Na edição anterior do Frutos, contamos o caso do estudante Gustavo Guilherme Ferreira, de Serra do Salitre, que montou seu próprio empreendimento inspirado pelas capacitações e testou na prática as técnicas que aprendeu com a Educomunicação.

Nesse mês, conversamos com a estudante Sabrina Dias Farias Rocha, de 15 anos, moradora do povoado de Angico dos Dias, no município de Campo Alegre de Lourdes. Assim como Gustavo, ela participou das oficinas que realizamos e, ali,  encontrou a motivação para entrar no Doce Como o Sertão, um dos grupos de geração de renda criados pela Rede Social de Angico, Peixe e Região com o apoio do Instituto Lina Galvani.

Na série de entrevistas especiais que estamos realizando em comemoração aos 15 anos do Instituto, conversamos com Sabrina sobre as capacitações das quais participou e as transformações que elas trouxeram:

APRENDIZADOS DA EDUCOMUNICAÇÃO

Participei das oficinas que o Instituto Lina Galvani realizou aqui em Angico dos Dias e achei ótimas! Foi um grande aprendizado para mim pois, além de descobrir várias técnicas novas, nós descobrimos durante as atividades que somos capazes de várias coisas e alcançar objetivos que nem imaginávamos antes.

PARTICIPAÇÃO E DESCOBERTAS

Entre as oficinas de Educomunicação que eu participei, a que mais gostei foi a de fanzine. Foi muito legal porque havia uma grande quantidade de participantes e todos vieram com ideias, contribuíram mesmo. Foi um aprendizado muito importante para mim. Também achei uma maravilha ver as crianças e os idosos participando e o interesse em aprender que todos demonstravam. Outra oficina que me marcou foi a de fotonovela. Amei participar! É muito interessante descobrir essas formas diferentes de comunicar, que atraem muito.

Sabrina durante oficina de Educomunicação.

REPLICAR A INFORMAÇÃO

Talvez uma das coisas mais legais das oficinas é que aprendemos a fazer e, depois, conseguimos repassar todas as informações para quem não pode comparecer. É uma forma de contribuir também. Nós levamos adiante a Educomunicação, falamos sobre ela, chamamos as crianças para aprender.

HISTÓRIA LOCAL
Nas oficinas, a gente acaba debatendo temas importantes para a comunidade. Falamos sobre tudo o que está acontecendo na região, sobre as histórias da localidade. Abordamos, por exemplo, o tema da água, tão importante para Angico dos Dias, e a história do povoado e da região. Depois, ao colocar no papel ou outro meio, fica registrado: é uma forma de preservar essas memórias. 

GERAÇÃO DE RENDA

A partir das oficinas de Educomunicação, me inspirei para participar de um dos grupos de geração de renda da Rede Social. Eu estava na atividade e uma colega perguntou se eu gostaria de trabalhar com ela no Doce Como o Sertão. Eu topei na hora: “vamos lá!”. Agora, já estamos produzindo doces, cocadas, trufas e doces de leite, de abóbora e de batata. Eu aprendi no grupo a fazer tudo!

Sabrina, sentada, na barra do Doces Como Sertão durante a 4ª Feira da Rede Social de Angico, Peixe e Região.

NOVAS OPORTUNIDADES

Eu vejo os grupos de geração de renda como um grande aprendizado e uma forma de envolver várias pessoas. É uma oportunidade de fazermos um trabalho por conta própria. Estou aprendendo muitas coisas que sempre tive vontade de saber e pretendo seguir adiante, realizando o meu sonho. Fora que estar ali com o seu grupo, conversando e trocando experiências, é muito bom!