Plantar nos jovens a semente de futuros líderes e conscientizá-los de seu papel na construção da sociedade. É com esse pensamento em mente que desenvolvemos nas comunidades nas quais atuamos projetos que fortalecem o protagonismo juvenil. Entre as ações realizadas esse ano, têm destaque as oficinas de Educomunicação. “É uma técnica que cria ferramentas e metodologias para amplificar suas vozes. E quando empoderamos os jovens como produtores de comunicação, damos credibilidade e força àquilo que querem falar”, define Isabela Rosa, que ministrou as oficinas nas comunidades. Adolescentes de Serra do Salitre, em Minas Gerais, e de Angicos dos Dias e Luís Eduardo Magalhães, ambos na Bahia, participaram dos encontros durante o ano e aprenderam na prática a fazer fanzines, jornais e programas de TV e de rádio. Nas páginas, telas ou ondas sonoras, tiveram a oportunidade de debater e expor temas importantes como o empoderamento feminino, questões de gênero, desenvolvimento econômico das localidades, qualidade de vida, geração de emprego, entre outros. Na entrevista especial desse mês, conversamos com uma participante das oficinas de Educomunicação. Vanessa Moraes Pereira, de 17 anos, é estudante em Serra do Salitre e, aqui, representa a todos os jovens que participam dos projetos voltados ao desenvolvimento do protagonismo juvenil que desenvolvemos nas comunidades.

METODOLOGIA

As oficinas são muito interessantes, porque despertam a nossa curiosidade e vontade de querer fazer mais, aprender e nos desenvolver! A maneira como são dadas as oficinas, promovendo o debate, associada à paciência de todos em nos ensinar, foi o que mais chamou a minha atenção. Acredito que essa metodologia despertou o companheirismo e a união entre todos os jovens que participaram.

EDUCOMUNICAÇÃO

Foi uma experiência nova para mim. A Educomunicação me ajudou muito, inclusive na maneira de eu me expressar. Antes, eu tinha muita vergonha de falar numa apresentação de trabalho na escola, por exemplo. Depois das oficinas, tenho confiança de chegar e expor minhas opiniões. Ficou muito mais fácil! Mas tudo respeitando e considerando também a visão dos outros, algo que aprendemos durante os encontros.

PREFERÊNCIA

A oficina que achei mais interessante foi a de rádio. Fomos em um estúdio de verdade, conhecemos, criamos e gravamos uma radionovela. Realmente trabalhamos em equipe e colocamos a mão na massa! Foi muito dinâmica essa oficina, por isso gostei muito.

Vanessa, de listrado preto e branco, ensaiando com seus colegas antes da gravação, na UNIPAM – Centro Universitário de Patos de Minas

NOVA VISÃO

Acredito que as oficinas de Educomunicação nos ajudaram as ter uma visão diferente, mais ampla, da maneira como vemos alguns dos principais temas e problemas relacionados à nossa cidade. Tivemos a chance de debater, conversar sobre eles, analisar os principais pontos, reconhecer o que é certo e bom e também o que há de errado.

TEMAS IMPORTANTES

Entre os assuntos que debatemos e fizemos a redação em sala de aula, para mim foram importantes os relacionados à qualidade de vida e ao meio ambiente, pois os moradores aqui de Serra do Salitre estão muito preocupados com o desmatamento na região. Na oficina de vídeo, meu grupo fez entrevistas com pessoas que vieram morar na cidade mais recentemente, para saber sua visão sobre o desenvolvimento do município. A opinião da maioria é que o crescimento está trazendo novas possibilidades.

Vanessa e seu grupo durante gravação

AMPLIANDO HORIZONTES

Eu acho que as oficinas nos motivam a nos envolver em outros projetos. Podemos sentar, conversar e criar iniciativas que partam de nós mesmos. Seria muito bom ter a participação dos jovens em novos projetos.

APRENDIZADO

Nas oficinas, fomos incentivados a participar, trocar experiências. Isso foi muito bom, porque antes não havia nada pensado dessa forma para nós. Tenho certeza que todos os alunos que tiveram a oportunidade de participar gostaram. E nossa vontade é que tenha mais!