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Refletir sobre a  contribuição das empresas, em conjunto com as comunidades e o setor público, para o desenvolvimento sustentável na América Latina. Esse foi o principal objetivo do VII Fórum Internacional RedEAmerica, que reuniu mais de 60 representantes do setor empresarial latinoamericano em Merida, no México, entre os dias 24 e 26 de março.

Convidado para participar de uma Ronda de Aprendizaje sobre o envolvimento empresa-comunidade, o Instituto Lina Galvani teve a oportunidade de expor a evolução da estratégia de sustentabilidade da Galvani, fortemente associada à atuação do ILG, e seu papel como participante ativo no desenvolvimento das localidades na qual opera, potencializando processos de crescimento local e consolidando a independência das comunidades. Para ilustrar, a Diretora Executiva, Cecília Galvani, apresentou o case de Angico dos Dias e compartilhou os resultados, aprendizados e desafios relacionados à atuação na comunidade baiana.

Sobre a participação do ILG no Fórum, a diretora da RedEAmerica, Margareth Florez, destacou que há uma tendência que indica que o investimento social privado está cada vez mais alinhado à estratégia corporativa das empresas. “Muitas fundações e companhias na América Latina estão buscando o caminho certo para empreender este processo de alinhamento. E o ILG e a Galvani saem na frente, provando um modelo institucional que distribui e articula responsabilidades entre o Instituto e as unidades de negócio para contribuir com o desenvolvimento local das comunidades. Nesta medida, são uma fonte de aprendizagem e inspiração para outros na região”, diz Margareth.

De acordo com Cecília Galvani, a participação do ILG no Fórum foi uma grande oportunidade não apenas para a troca de experiências, mas também para ter a chance de apresentar esse processo de alinhamento das atividades do Instituto com a empresa. “Pudemos expor nossa visão, na qual a estratégia da empresa no relacionamento com as comunidades conversa diretamente com a do Instituto, de forma integrada, numa relação de confiança, colaboração e corresponsabilidade. E o trabalho foi muito bem recebido pelos participantes”, diz.

O Fórum também foi importante para conhecer a forma de atuação de outras empresas e institutos por toda a América Latina. “Nesse sentido, voltei muito satisfeita com o caminho que o ILG e a Galvani estão trilhando nesse grande desafio de promover o desenvolvimento cada vez mais sustentável das localidades”, diz Cecília. “Pude comprovar que estamos alinhados com as tendências e como as empresas vêm se posicionando com relação a esse tema. Então, voltamos fortalecidos para prosseguir com esse trabalho que tem tantos desafios.”

 

FRASES DO ENCONTRO*

Entre tantas ideias discutidas no Fórum Internacional RedEAmerica, ressaltamos alguns dos principais depoimentos. Confira:

“Não é mais possível falar do desenvolvimento das comunidades impactadas pelas atividades das empresas de maneira deslocada da atuação das companhias. A empresa é um ator fundamental para esse processo e, cada vez mais, faz parte dessa comunidade e é corresponsável pelo seu crescimento, assim como as outras lideranças presentes no território.” – Cecília Galvani, Diretora Executiva do ILG

 “Quanto mais as empresas estiverem envolvidas e participantes em todo o processo de diálogo, de criação de uma relação de confiança com a comunidade, de reconhecimento de talentos locais, de desenvolvimento de lideranças e de estabelecimento e fortalecimento de redes intersetoriais para pensar em soluções para os territórios, será melhor para todos os atores envolvidos e, inclusive, para a própria empresa.” – Cecília Galvani, Diretora Executiva do ILG

 “Cada vez mais, percebe-se a importância de se imprimir uma visão holística a qualquer intervenção ou iniciativa que se pense e se proponha, especialmente em territórios. É de fundamental importância o trabalho das empresas, institutos e fundações com as comunidades nos territórios. Elas são fundamentais para se construir esse caminho.” – Ana Letícia Silva, gerente de Articulação do GIFE

“É preciso entender bem toda a cadeia de valor da companhia e, então, identificar oportunidades a partir de critérios sustentáveis. O desenvolvimento sustentável é algo que as empresas já não podem deixar de reconhecer que está posto e que o setor privado tem muito a contribuir na direção de construí-lo, alcançá-lo e torná-lo realidade.” – Vicente Saisó, diretor de Sustentabilidade da CEMEX (Cementos Mexicanos)

“Até 2050 teremos um aumento na população, o que nos coloca desafios em termos de oferta de serviços para oferecer uma vida satisfatória a esse conjunto de pessoas. O crescimento econômico dos últimos dez anos foi muito importante para a região, mas é preciso olhar com cuidado o fato de ter acontecido baseado em commodities e de recursos não renováveis. A região experimentou grande redução das taxas de pobreza, mas apesar disso, ela persiste e com características preocupantes, pois está mais acentuada e crescente entre as crianças e as mulheres.” – Luis Miguel Galindo, chefe da Unidade de Mudanças Climáticas do CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina)

“É preciso gerir tudo o que fazem na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Comunidades sustentáveis são as que contribuem para o desenvolvimento sustentável do território. Devemos assumir compromissos mútuos e desenvolver relações de confiança para a construção de visões compartilhadas.” – Margareth Florez, diretora da RedEAmerica

“Os retornos para as empresas ao operarem nessa perspectiva podem estar em ganhos de reputação, no melhor acesso aos recursos locais, na possibilidade de contratação de mão de obra e trabalho local, na redução de custos para o eventual encerramento das operações no território, na facilitação e resolução de conflitos e no ambiente melhor para operar onde se estabelecem relações de confiança. É outra visão de se medirem os retornos.” – Margareth Florez, diretora da RedEAmerica

“Sem isso [criação e consolidação de institucionalidades de participação], não é possível que os outros elementos se desenvolvam. Nessa perspectiva, colocam-se desafios para o setor empresarial: transformar a visão empresarial para o longo prazo; incluir mão de obra especializada nos temas sociais; construir soluções em diálogo, pois as empresas não têm a solução para as comunidades; discutir a utilidade e a aplicação de modelos; e desenvolver caminhos que façam avançar, multiplicar as experiências que vêm provando serem exitosas no desenvolvimento de comunidades sustentáveis.” – Rodrigo Villar, do CIESC (Centro de Investigação e Estudos sobre Sociedade Civil), do México.

* Com conteúdo adicional de gife.org.br