A cafeicultura e a produção de queijos alavancaram economicamente o munícipio de Serra do Salitre, em Minas Gerais. Nos mais de 12.500 hectares de lavoura de café que dominam a região, saem alguns dos melhores grãos produzidos no país. Os queijos locais também ganham cada vez mais reconhecimento, com chances de brigar páreo a páreo com famosos conterrâneos mineiros, como os da Serra da Canastra. Além do potencial comercial, essas duas vocações econômicas podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de uma nova atividade econômica no município: o turismo.

O potencial turístico da região e sua capacidade de incrementar a economia de Serra do Salitre começaram a ser discutidos com mais vigor durante o processo de Diagnóstico Participativo que o Instituto Lina Galvani realizou no município em 2014. Ele serviu de base para a elaboração da Agenda de Futuro, documento que reúne as ideias para promover o desenvolvimento da região de uma maneira mais sustentável e organizada e guiar os possíveis investimentos sociais. A partir desse levantamento, elaboramos o projeto Crescer, cujo objetivo é dar subsídios à Prefeitura de Serra do Salitre para desenvolver o turismo.

Em junho, teve início uma etapa importante dessa iniciativa. Fernando Ottoni, consultor da empresa Veredas, fez uma imersão na cidade a fim de realizar um diagnóstico-base para a consultoria que será feita junto à Secretaria de Educação, Esporte e Turismo. “O objetivo da consultoria é construir de forma participativa as políticas públicas de turismo do município e um plano de desenvolvimento dessa atividade e, com isso, permitir ao mesmo acessar recursos que possibilitem executá-los”, diz Fernando.

Esse diagnóstico forneceu as primeiras impressões para o projeto. “Nesse trabalho de campo, pude conhecer um pouco do potencial turístico da região e escutar alguns atores locais. Existem potencialidades interessantes a serem trabalhadas, mas a viabilidade do seu desenvolvimento será avaliada ao longo da consultoria”, ressalta Fernando. “A partir do mapeamento das capacidades e interesses vamos trabalhar as formações técnicas”, completa Cristina Cardoso, agente local do Instituto Lina Galvani em Serra do Salitre.

As conversas realizadas revelaram o interesse local em desenvolver o turismo com foco na cafeicultura e na produção de queijos. Agora, os especialistas vão se aprofundar nas análises de competitividade e, junto com o poder público e a comunidade, traçar os próximos caminhos a serem seguidos rumo a esse objetivo, podendo acessar ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um recurso federal, como um meio de articular junto as outras esferas de governo as demandas na temática e a realização de atividades voltadas ao turismo. A esperança é que, num futuro próximo, o turismo possa trazer a gama de benefícios que costumam estar atrelados a esse setor, como crescimento da cidade, mais empregos e novas possibilidades de geração de renda.