Sociedade Civil

Fortalecer a sociedade civil para a construção de soluções compartilhadas.

  • Agenda de Futuro

    O projeto Agenda de Futuro nasceu em 2014 com o objetivo de identificar os sonhos coletivos da população de Serra do Salitre, em Minas Gerais, e criar uma força conjunta de moradores, poder público, empresários, jovens e educadores para transformá-los em realidade. Dessa maneira, acreditamos contribuir para promover o desenvolvimento da região de uma maneira mais sustentável, organizada e participativa.

    Depois de um ano no qual foi realizada a formatação da Agenda de Futuro, a apresentação do diagnóstico à comunidade, eventos de planejamento e capacitação e a execução das primeiras ações, em 2016 aprimoramos e consolidamos o projeto em Serra do Salitre.

    Em maio, cerca de 160 pessoas, entre jovens, idosos, professores, organizações locais e representantes do poder público, participaram do evento que lançou o Edital Agenda de Futuro de Serra do Salitre. O foco: incentivar pessoas e organizações a criar projetos nos temas previstos pela Agenda (Educação, Meio Ambiente, Saúde e Turismo) e investir em boas iniciativas já existentes.

    Recebemos 20 propostas, que passaram por uma etapa de avaliação. Os cinco projetos escolhidos foram anunciados em setembro:

    Categoria Pessoa Jurídica

    1. Pedalendo na Biblioteca (Educação), Marlene Maria Alves Luiz
    2. Conhecer para Preservar - Carta do Patrimônio Natural de Serra do Salitre (Meio Ambiente e Turismo), Cláudia Daniella Costa Alves
    3. Brincando e Aprendendo (Educação), Letícia de Souza Vieira

    Categoria Pessoa Física

    1. A Arte em Forma de Expressão (Educação e Meio Ambiente), Simone Maria da Silva Quitéria
    2. Música na Escola (Educação), Anderson Neves Cunha

    As etapas seguintes do Edital contemplaram encontros de formação e compartilhamento de aprendizados entre os selecionados, especialistas e lideranças locais que já atuaram em programas do Instituto Lina Galvani. Na oficina “Empreendedores em Rede”, os participantes trocaram experiências e conhecimentos a respeito dos projetos. Além disso, com a orientação do consultor Carlos Alberto Lopes, gerente de Desenvolvimento do Senac São Paulo e especialista na área de desenvolvimento social, eles participaram de atividades práticas e discussões sobre formação de redes comunitárias.

    Achei muito interessante a metodologia, com debates, rodas de conversa e atividades práticas. A cada momento tinha uma nova descoberta!

    Silvana Maria de Souza Ferreira, participantes da oficina “Empreendedores em Rede”

    Outro fruto do projeto Agenda de Futuro em Serra do Salitre é o Comitê de Mobilização Social, formado por 12 lideranças de diferentes segmentos. Em 2016, realizamos reuniões com o grupo com o intuito de dar continuidade a temas levantados durante o processo. As conversas culminaram na realização, em novembro, da primeira edição do Serra em Ação, um evento gratuito com o objetivo de mobilizar e impactar a comunidade. Reunimos 76 voluntários nessa atividade, que atraiu um público de aproximadamente 2 mil pessoas. É importante ressaltar que mais 50% do orçamento do Serra em Ação foi captado pelo Comitê.

    UMA PERGUNTA PARA...

    Carlos Alberto Lopes, gerente de desenvolvimento do Senac São Paulo, especialista em redes sociais.

    Por sua experiência em projetos junto ao Instituto Lina Galvani, como você avalia o trabalho que vem sendo realizado?


    Sinto que o Instituto fala em desenvolvimento comunitário de uma maneira ampla e consistente, não focando em um único aspecto, mas visando construir projetos e resultados a longo prazo. Ele trabalha com programas e em mudanças comportamentais que atuam de uma forma sustentável e que dão resultados não apenas agora, mas no futuro, porque mudam as percepções, e essa transformação não se perde: você “contamina” pessoas com uma forma de agir e isso tende a ser permanente.

  • Inclusão Socioprodutiva

    Uma transformação econômica está em curso na comunidade de Angico dos Dias, em Campo Alegre de Lourdes (BA). Desde 2013, quando iniciamos o Projeto de Inclusão Socioprodutiva, registramos diversas conquistas que estão colaborando para que moradores garantam uma geração de renda complementar, um dos objetivos-chave dessa iniciativa. Encerramos o ciclo com um incremento de 52,6% na renda média por pessoa em cada grupo

    Os negócios criados a partir desse projeto é resultado de um desenvolvimento passo a passo calcados nos princípios da metodologia do Instituto. No início, com o auxílio dos pesquisadores da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, da Fundação Getúlio Vargas, levantamos as vocações e nichos de mercado locais.

    Na fase seguinte, entrou em cena o Instituto de Socioeconomia Solidária (ISES), que nos auxiliou com as orientações técnicas para o próximo passo, o Projeto de Incubação de Negócios Inclusivos. Tendo como base o Grupo de Geração de Renda da Rede Social de Angico, Peixes e Região, foram criados quatro grupos: Horta Esperança, Doce como o Sertão, Flor do Sertão e Rede Mãos de Fada (que posteriormente saiu do escopo do projeto por dividir-se em empreendimentos individuais e não coletivos).

    Em 2016, fechamos o segundo ciclo de incubação desses empreendimentos de economia de base. Nessa etapa, o foco foi a colaboração entre os grupos, o desenvolvimento de parcerias entre eles e o fortalecimento do coletivo.

    No segundo semestre demos continuidade sem a parceria com o ISES, mas buscamos aprimorar o trabalho que vem sendo realizado com um amplo calendário de atividades que envolveu capacitações, assessorias intensivas, dinâmicas e atividades estratégicas com os grupos, nos quais se destacaram:

    Flor do Sertão

    O grupo criou uma página no Facebook para ampliar a divulgação dos seus produtos e ganhou uma nova logomarca, inspirada na flor do maracujá. Além disso, as integrantes tiveram capacitações, como o curso de corte e costura em máquina. O Flor do Sertão conseguiu ampliar as vendas de seus produtos e fechou o ano em negociação com a empresa Galvani para a confecção de itens como capas para celular e bolsas, em um acordo estimado em R$ 2 mil. Incremento médio de 99,72% na renda de cada participante

    Doce como o Sertão

    Parcerias com novos clientes, como restaurantes e empresas, além de maior divulgação e participação em eventos, como os festejos ao padroeiro de Angico dos Dias, trouxeram para o grupo um aumento de vendas. Os produtos também foram aprimorados, com novas embalagens com logomarca e identificação. Em julho, os integrantes participaram de uma oficina sobre técnicas de produção e conservação de doces, receitas de xarope e licores à base de frutas, entre outras dicas para tornar ainda melhores seus produtos. Incremento médio de 50% na renda de cada participante

    Foi a primeira vez que fiz o curso e achei muito bom! Fiquei mais por dentro do negócio e, agora, com a quantidade de doces que aprendemos a produzir com qualidade podemos vender mais e para onde nós quisermos. A ideia é essa: crescer sempre mais e mais!

    Nathália, integrante do Doce como o Sertão

    Já criamos um grupo Doce como o Sertão no Whatsapp para divulgar nosso trabalho e, em breve, vamos fazer uma página no Facebook. Além disso, pretendemos ter um local para colocar os nossos produtos para vender e também fazer um trabalho de divulgação nos comércios da região. Oficinas como essa são importantes porque a formação nos ajuda a gerar mais renda não apenas para a gente como para a comunidade.

    Kauane, integrante do Doce como o Sertão

    Horta Esperança

    O grupo aumentou sua área de irrigação para melhorar a produção e as vendas. Em parceria com a EMBRAPA (Empresa de Pesquisas Agropecuárias), realizamos um curso para aprimorar as técnicas de plantio e o sistema de irrigação.

    Todos os negócios socioprodutivos também tiveram participação ativa na 2º Feira de Exposição da Rede Social de Angico e Convidados, em setembro. Eles expuseram e venderam seus produtos, além de trabalharem em conjunto na realização do evento, fortalecendo o aspecto de desenvolvimento de parcerias e valorização do coletivo reforçado no segundo ciclo do Projeto de Incubação de Negócios Inclusivos. Incremento médio de 99,72% na renda de cada participante

  • Fortalecimento da Rede Social

    Há 5 anos, plantamos na comunidade de Angico dos Dias, em pleno sertão baiano, uma semente. O sonho: criar um ambiente de articulação popular e de esforços coletivos para trazer desenvolvimento para essa localidade.Nascia assim a Rede Social de Angico, Peixe e Região. Por essa data marcante, o ano de 2016 foi especialmente significativo em nossa atuação na comunidade.

    Durante um tempo relativamente curto de vida, a Rede Social já acumula muitas conquistas. Podemos contabilizar entre elas a construção da Praça São José, feita em um mutirão que reuniu 230 voluntários e 90 colaboradores; o calçamento da rua principal do povoado; a implantação de 53 cisternas de captação de água pluvial; a doação de 300 filtros de barro aos habitantes; e melhorias do poço artesiano que abastece cem famílias, entre outros resultados.

    Além desses projetos pontuais, a Rede Social expandiu sua atuação e multiplicou as forças com a criação dos grupos Diversão Não Tem Idade, voltado para o bem-estar dos idosos, Incentivo à Leitura, com foco principal nas crianças e jovens, e Resgate Histórico e Cultural, de valorização dos saberes regionais. Hoje, mais de 70 pessoas participam ativamente desses grupos, e esse número se multiplica em mutirões, eventos e ações.

    A Rede Social traz muitas coisas boas para nós. Ela permite que os moradores se reúnam para discutir melhorias na comunidade e ir atrás desses objetivos. É um espaço de conversa, de troca de informações e de realizações muito importante para nós.

    Jonas Fernandes da Silva, participante da Rede Social

    O aniversário de 5 anos da Rede Social foi comemorado em um evento que reuniu seus integrantes, parceiros e colaboradores, em setembro. No mesmo mês, a data também foi celebrada durante a 2º Feira de Exposição da Rede Social de Angico e Convidados. No evento, os grupos Diversão Não Tem Idade e Incentivo à Leitura encantaram os visitantes com apresentações e os projetos socioprodutivos, que nasceram na Rede, venderam seus produtos artesanais. Essa edição da Feira contou com a participação de expositores convidados de Campo Alegre de Lourdes e do município de Caracol (PI), ampliando a rede de contatos da localidade e disseminando os aprendizados para outras comunidades da região.

    É importante essa troca com outras comunidades, para conhecermos o que produzem e eles também verem todos o trabalho que estamos realizando em Angico dos Dias. O Diversão Não Tem Idade, por exemplo, já incentivou a criação de outros grupos de idosos na região e isso nos orgulha muito!

    Cícera Pereira da Silva, participante da Rede Social

    Durante 2016, seguimos aprimorando os grupos da Rede Social com investimento financeiro, articulação e formação com o objetivo de potencializar suas ações e ampliar o público atingido. Em dezembro, realizamos a Capacitação em Liderança, um curso com 16 horas de duração no qual foram abordados temas como envolvimento e engajamento de pessoas, reconhecimento e desenvolvimento de habilidades e o papel da liderança no desenvolvimento de grupos.

    Atividades como essa são estratégicas e fundamentais para que possamos aprimorar o senso de pertencimento comunitário, engajamento e liderança das pessoas que atuam à frente de projetos. Dessa forma, conseguimos transformar pensamentos em ações concretas contando com o envolvimento direto da comunidade e articulando parcerias.

    Rafael Art, analista de Projetos do Instituto

    UMA PERGUNTA PARA...

    Eva Custódio da Silva, participante da Rede Social de Angico, Peixes e Região e do grupo Flor do Sertão

    Qual a contribuição dos grupos de Geração de Renda em Angico dos Dias?


    Foi muito bom a criação desses grupos tanto para nós, porque aprendemos mais, quanto para a comunidade, que pode ter acesso a produtos mais baratos e de qualidade. As capacitações promovidas pela Rede Social foram ótimas para nossa formação e para aprimorarmos nosso trabalho, como fazer um acabamento melhor nas peças. Acho que os grupos de Geração de Renda abriram novas portas para todos os participantes. Vejo os grupos crescendo cada vez mais e se transformando em uma alternativa de renda para a comunidade. A gente do Flor do Sertão, por exemplo, já mandou artigos para São Paulo, Brasília e Anápolis, além, claro, das vendas na comunidade. Se não fosse pela Rede Social, a gente não teria essa oportunidade.

  • Diagnóstico Participativo

    Como é o bairro que você mora? Como é o bairro que você gostaria de morar? E se pensássemos nisso juntos? Foi com esse chamado que convidamos moradores do bairro Jardim das Acácias, em Luís Eduardo Magalhães (BA), para a primeira etapa do Diagnóstico Participativo, o passo inicial para o amplo trabalho que vamos desenvolver no município com foco no desenvolvimento comunitário, uma das principais missões do Instituto nas localidades nas quais atuamos.

    Em janeiro de 2016, fizemos uma pesquisa inicial Marco Zero nos bairros Jardim das Acácias, Vereda Tropical e Jardim Ipê, localizados no entorno da fábrica da Galvani. Ela nos deu um diagnóstico local com relação a oportunidades, engajamento, organizações sociais atuantes, possíveis mudanças e melhorias e infraestrutura local, entre outros pontos.

    Em dois encontros com os moradores do bairro Jardim das Acácias, em fevereiro, apresentamos a proposta do Diagnóstico Participativo e começamos um diálogo sobre as principais demandas locais com o objetivo de identificar os temas-chave para a comunidade.

    Sistematizamos as informações coletadas e, em março, apresentamos os resultados e os temas macro que surgiram: educação, espaços de participação, infraestrutura, lazer e cultura, saúde e segurança. Como resultado final do encontro, validou-se com os moradores os próximos passos:

    • Ampliar a escuta para os outros dois bairros do entorno (Jardim Ipê e Vereda Tropical).
    • Definir estratégias mais eficientes de convocação da comunidade, considerando a realidade local.
    • Criar estratégias para manter o grupo ativo e ampliar o diálogo com a comunidade.
    • Organizar o Grupo Gestor Misto, com a participação de representantes do poder público, comunidade, Galvani e Instituto Lina Galvani, que ficará responsável pelas articulações e processos de mobilização e escuta da comunidade e apresentação de uma sugestão de gestão.
    • Apresentar a sugestão de iniciar as ações de desenvolvimento local pelo tema mais relevante levantado (educação), com a proposta de desenvolvimento de um projeto que atenda a três pontos levantados: fortalecimento da escola como um espaço de transformação social no bairro; formação de uma associação de pais e mestres participativa e ativa; formação de grêmios de estudantes que contribuam no processo de fortalecer as atividades voltadas aos jovens nas escolas.

    Em 2016 nos dedicamos a implantar os dois últimos itens citados acima

  • Rua Viva

    Criar um espaço de diálogo para refletir sobre resíduos e o descarte em locais inapropriados, além de caminhos para melhorar a vida na comunidade e criar áreas de convivência. Esse é o foco do projeto Rua Viva que desenvolvemos na localidade do Jaguaré, em São Paulo. Ele foi iniciado em 2015, na perspectiva de estreitar laços e contribuir com o desenvolvimento comunitário dessa região, na qual a empresa Galvani está inserida e vizinha a sede do Instituto.

    Em 2016, realizamos ações do Rua Viva, que abordaram a questão do descarte inadequado de resíduos, suas consequências e possíveis soluções. Os temas foram tratados por meio de atividades lúdicas, oficinas para adultos e crianças e bate-papos informativos. Os encontros também foram uma oportunidade para tratarmos de outros assuntos que afetam a comunidade, como a violência contra a mulher.

    Especialista em educação ambiental, o Instituto Reiventar manteve-se como nosso grande parceiro nesse projeto, com atuação em todo o processo e na organização do Rua Viva e importante elo de mobilização da comunidade do Jaguaré.

    No primeiro Rua Viva de 2016, falamos sobre as várias doenças que o descarte incorreto pode provocar, como a dengue. Então, levamos o vaso anti-dengue, no qual o mosquito não tem acesso à água, e também apresentamos alguns repelentes naturais, para a proteção contra o mosquito. Na segunda ação do ano, falamos sobre o plantio em garrafas pet, além de montarmos um estande de brincadeiras, como nas outras edições. Nós acreditamos que se as crianças se conscientizarem e estiverem inseridas dentro desse processo de educação ambiental, elas levam para casa a informação transmitida, tornam-se não apenas motivadoras, mas também multiplicadoras.

    Roseli Barbosa, sócia do Instituto Reinventar

    Durante o ano, mantivemos nossa participação na Rede Jaguaré Mais Feliz que, por sugestão do Instituto Lina Galvani, adotou o tema de resíduos como o carro-chefe das ações em 2016. Esse contato aproximou diversas organizações do bairro ao nosso foco de atuação e despertou a possibilidade de novas parcerias para ações coletivas. Além disso, estreitamos o diálogo com empresas como a Loga, responsável pela coleta na região, e a Inova, que atua no recolhimento de entulhos.

  • Cisterna na escola

    A Rede Social de Angico, Peixes e Região fechou o ano de 2016 com a concretização de uma iniciativa pela qual vinha batalhando: a instalação de uma cisterna na Escola Municipal João Francisco da Silva, da comunidade de Angico dos Dias.

    A instituição foi contemplada pelo projeto Cisterna na Escola, da rede ASA (Articulação Semiárido Brasileiro), e ganhou um reservatório de 52 mil litros de água. Agora, alunos, funcionários e professores têm mais tranquilidade com relação à falta de água, um tema que aflige essa região do semiárido baiano.

    A cisterna é uma grande conquista do grupo de Educação da Rede Social de Angico, Peixe e Região, que apoiou a iniciativa, correu atrás dos meios e articulou a comunidade para viabilizar esse projeto.

    José Filho, agente local do Instituto em Campo Alegre de Lourdes