Inauguração da nova caixa d'água em Angico dos Dias

Fundador e presidente da AMPARE (Associação dos Moradores de Peixe, Angico e Região), Gilmar Ribeiro de Souza concedeu entrevista relatando as transformações ocorridas nesses povoados com a chegada do Instituto e a fundação da Associação. Baiano de Angico dos Dias, Gilmar tem 34 anos, é casado, tem 4 filhos e se divide entre as tarefas de diretor da escola do povoado, professor e articulador de melhorias para a região.

 

Como se deu a criação da AMPARE?

A partir de uma Roda de Conversa do ILG, juntamos um grupo de pessoas interessadas da região e fundamos a Associação para aproximar essas comunidades e ajudar, especialmente por ser uma região muito seca, semi-árida. Graças a Deus a gente já está tendo sucesso. Já conseguimos algumas coisas…

O quê, por exemplo?

A primeira conquista nossa foi uma caixa d’água, conseguida por uma parceria entre a AMPARE, a Prefeitura e a Galvani. A AMPARE ficou responsável pela mão-de-obra, a Prefeitura deu o material e a Galvani doou a caixa. Isso melhorou o abastecimento de água da região, porque só tínhamos uma caixa de 20 mil litros, e com essa nova dá pra armazenar mais de 50 mil litros. Conseguimos também junto a Prefeitura, a doação de um trator para servir os agricultores de toda a região, melhorando as condições de plantio. Diante dessas iniciativas, as pessoas se mobilizam, procuram muito a gente pra saber o que foi feito e querendo participar. Estamos conseguindo aproximar as pessoas.

Então você vê uma diferença no envolvimento das pessoas também?

Quando você fica sozinho, pensa mais em você. Quando junta várias pessoas, a tendência é você procurar ajudar mais gente. Esse grupo de pessoas tem família, amigos, parentes na região. Então, quando se pede alguma coisa, se discute um problema, é pensando em ajudar a todos. O mais interessante foi isso, que todos estão trabalhando pelo outro.

As Rodas de Conversa contribuíram então?

Saiu tudo de lá. Nesses encontros a gente traz todos os problemas, todas as mágoas. Depois a gente faz brincadeiras, com música e dinâmicas pras pessoas se divertirem. Diante daquilo a gente senta, conversa e sai todo mundo com o pensamento mais leve, como se até mesmo a gente se transformasse. Normalmente a gente pensa muito no eu, no individual, então quando a gente sai de uma Roda de Conversa dessa, a gente sai pensando também no próximo, no seu vizinho, nas pessoas que moram do seu lado, em todas as comunidades aqui da região. Estamos pensando em fazer as Rodas de Conversa em outros povoados. Em Peixe, Baixãozinho, Arueira… A próxima parece que vai ser em Peixe, para aproximar a comunidade de lá. Queremos fazer a Roda de Conversa em toda a região.

E o que você acha do envolvimento entre comunidade, empresas e prefeitura nas ações da Associação?

É importante. Sozinho a gente faz as coisas, mas fica mais difícil. E juntando com outras empresas da região, acredito que vamos conseguir muita coisa pra ajudar as pessoas no coletivo.