por Rita Monte

Em Comunicação, mobilizar significa levar o interlocutor a um movimento. Para isso, é necessário engajá-lo. E, para engajá-lo, é necessário que ele construa sentido e sinta-se tocado por aquilo que lhe está sendo ofertado – seja um convite para evento, seja uma nova postura, seja uma nova ação.

Cada um desses objetivos – Divulgar, Disseminar, Mobilizar – vai gerar uma certa perspectiva para se desenhar determinadas estratégias de comunicação, muito diferentes umas das outras.

Quando o objetivo é desenvolver comunidades, especialmente aquela da qual você faz parte, é vital conceber processos de comunicação a partir desse olhar do diálogo e da construção conjunta de sentido. Afinal, todos os integrantes da comunidade são os sujeitos interessados e “autorizados” para falar e para encontrar soluções para seu próprio desenvolvimento. Na verdade, os processos de comunicação na perspectiva do desenvolvimento comunitário têm de ser dialógicos e tais que permitam de fato a construção coletiva de sentido.

Para a Comunicação Genuína, no entanto, não basta existir diálogo para que haja construção coletiva de sentido. É necessário também que os interlocutores interessados – os públicos de interesse, no caso, os integrantes de uma comunidade – consigam perceber a essência daquilo que os une, e que pulsa nos ideais, nas práticas, crenças e cultura daquela comunidade. Em suma, é preciso reconhecer e manter um relacionamento com o que chamamos de Identidade Inspiradora da organização – em nosso exemplo, estamos falando de uma comunidade; mas isso se aplica igualmente a uma marca, uma organização ou um projeto.

Comunicação Genuína, como método e princípio de Gestão de Comunicação, propõe que aquilo que é essencial, genuíno e autêntico em uma iniciativa é mais fácil de comunicar, mais facilmente perceptível como singular (como “marca”, no sentido comum do termo) e mais mobilizador que processos de comunicação simplesmente pautados pelo que parece ser estratégico. Comunicação Genuína faz encontrar o que é estratégico e o que é inspirador em uma iniciativa, e daí faz derivar princípios de ação que mobilizam – porque fazem sentido profundo – boa parte dos públicos de interesse.

Pela Comunicação Genuína, a melhor maneira de engajar o interlocutor é encantando-o. Comprovamos que não é tanto pela informação que o interlocutor sairá da inércia e se engajará em uma ação diferente de seu habitual, mas, principalmente, o interlocutor se moverá por se sentir tocado e até emocionado pelo convite. Mais que fazer sentido, para mobilizar há que se fazer sentir.

Mobilização, para a Comunicação Genuína, é sinônimo de “compartilhar o sonho”. O sonho da comunidade é visto e apropriado pelos integrantes (interlocutores)? Se sim, aí teremos de fato uma “comunidade” – se não, teremos um agrupamento de pessoas que ainda não se movem juntas para seu autodesenvolvimento.

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