Secretário-Geral do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), André Degenszajn atua em organizações da sociedade civil desde 2001 e é um dos principais expoentes desse setor no país. Bacharel e mestre em relações internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pesquisador no Nu-Sol/PUC-SP  há mais de 10 anos, também foi professor de relações internacionais na Faculdade Santa Marcelina entre 2007 e 2011. Nesta entrevista, ele expõe suas impressões sobre o evento Desenvolvimento de Comunidades Impactadas por Grandes Empreendimentos – Diálogos, Reflexões e Perspectivas,organizado em comemoração aos 10 anos do ILG (veja a reportagem aqui), no qual o GIFE foi correalizador.

André Degenszajn, Secretário-Geral do GIFE - set/2013

O que achou da iniciativa do ILG em promover esse encontro?
Considero que foi muito positivo ver um Instituto comemorando seus 10 anos e se propondo a fazer uma reflexão tão importante como essa. Destaco não apenas a iniciativa, mas o processo todo liderado pela Cecília Galvani [Diretora do ILG]. Ela buscou trazer um desafio com o qual estava lidando na relação do Instituto com a empresa mantenedora – que, como um Instituto familiar, tem ingredientes ainda mais   complexos. A Cecília se deparou com uma questão que é comum a outras organizações e procurou fazer uma conversa bastante ampla com outros Institutos que vivem um momento muito parecido. E essa maneira indutiva de construir a problematização foi muito positiva. Foram feitas conversas no GIFE sobre como abordar essa questão, e  constatou-se que a inquietação inicial trazida pelo ILG foi muito acertada e muito apropriada para a celebração de seus 10 anos.

E como avalia o evento?
O ILG conseguiu reunir um grupo muito impressionante, muito forte e muito representativo para discutir essa questão. Considero que pessoas dessa expressão terem respondido positivamente ao convite de um dia inteiro de reflexão já foi um resultado em si. Durante a reunião, estavam todos atentos, focados no tema, o que demonstra que a questão foi acertada e colocada de uma maneira muito pertinente. Eu acho que esse ponto, que é extremamente positivo, trouxe também um desafio: como lidar com um número tão grande de pessoas, que têm tanto a dizer, tanto a contribuir,  em um curto espaço de tempo. Conseguimos fazer um excelente mapeamento das questões críticas, centrais, que permeiam a relação Instituto/Empresa. Foi uma ótima forma de olhar para o campo, identificar nós e questões que precisam ser endereçadas. E fico bastante contente com o resultado que a gente teve. É o início. Mapeamos, mas claro que não conseguimos entrar mais nas discussões e aprofundar os temas, porque não seria o papel de uma reunião de um dia. Considero que foi um encontro muito feliz, bem realizado e muito bem conduzido.

E como viu a diversidade de pensamentos apresentada?
Havia profissionais ligados a áreas de sustentabilidade de empresas, pessoas de Institutos, consultores bastante experientes no campo, organizações da sociedade civil que têm um trabalho importante – seja apoiando, seja lidando com essa área de intersecção entre público e privado. Eram pessoas com trajetórias expressivas e  muita contribuição para dar. Elas formaram um grupo potente, fundamentalmente pela diversidade de ideias que foi capaz de trazer e pela troca de experiências diversas que foi possível por conta dos diversos olhares sobre esse setor – tanto a partir do campo privado quanto um olhar de quem está preocupado em desenvolver o setor social no Brasil. E tudo de uma forma muito bem amarrada.

De que maneira o que foi discutido no encontro vai colaborar com as ações no GIFE?
O GIFE vem trabalhando esse tema, que está na nossa agenda de forma muito clara. E as várias interrogações reforçam sua importância. Creio que do evento saem diversas pistas e caminhos possíveis para aprofundar o tema. Houve propostas muito concretas nesse sentido, e temos toda a intenção de incorporar, de assimilar e de pensar ações para aprofundá-las. Para o GIFE, foi muito bom estar no encontro, compartilhar e pensar novos caminhos.