JulianaO papel do Conselho externo do ILG é lançar um olhar independente e especializado sobre a atuação do Instituto e ajudar a definir diretrizes estratégicas que vão guiar os futuros projetos e ações. Para essa importante função, está chegando ao ILG Juliana Rehfeld. Formada em Engenharia Civil pela USP, ela tem pós em Segurança Ocupacional, especialização em Administração, Gestão da Qualidade, pela FGV, MBA pela Fundação Dom Cabral e especialização Social Advanced Program em parceria entre os centros de Sustentabilidade da Cambridge University e da Queensland University. No grupo mineiro-metalúrgico Anglo American desde 1984, atuou em múltiplos setores e ações, como a implementação do caminho para a liderança em sustentabilidade alcançada pela Anglo Niquel. Também coordenou parcerias com reconhecidas ONGs que trabalharam temas como o fortalecimento das capacidades institucionais locais, a conscientização para a cidadania, o empoderamento de mulheres e adolescentes para combate ao HIV/AIDS e o desenvolvimento de negócios nos territórios. Na News desse mês, conversamos com Juliana Rahfeld sobre o novo desafio de ser conselheira do ILG e a atuação do Instituto. Confira!

Como você recebeu o convite para ser conselheira do ILG?
Achei interessante o convite e vem em um momento no qual esse tipo de atuação é importante para mim. Eu trabalhei durante muito tempo em empresas nosetor de mineração em áreas de relacionamento com a comunidade e de investimento social, então considerei muito alinhado. Porém, mais do que isso, venho acompanhando o ILG e vendo que o Instituto tem crescido, aparecido e feito uma série de atuações e projetos do tipo no qual eu acredito bastante. Sãopropostas estruturantes, pensando na autonomia das comunidades. Todo esse conjunto positivo tornou o convite ainda mais interessante.

Por que é importante ter esse olhar externo, dos conselheiros, sobre o Instituto?
Acho que é fundamental para o Instituto e para essa atividade ter um olhar experiente, proveniente de outras áreas que também atuam em sentidos semelhantes. Acho que, de certa forma, valida e pode ajudar muito para alinhar as iniciativas. Porque quem vem com um olhar de fora para então mergulhar na realidade do ILG pode contribuir, inclusive com o olhar daquele que recebe o projeto. Acredito que a gente acaba promovendo os projetos e precisa ouvir muito os feedbacks, tanto das comunidades que os recebem e com as quais se interage quanto os pares e entidades similares que têm muitas ideias que podem contribuir. Então, cada trabalho se enriquece muito com as opiniões de outros que já tiveram experiências boas ou ruins com as quais podemos aprender. Então, é basicamente isso: um olhar de fora é sempre muito importante, e um olhar de alguém que esteve nessa área é mais importante ainda.

E qual seria o principal desafio como conselheira?
Inicialmente, é entender todo o contexto no qual as decisões são tomadas e trazer um olhar neutro. É um desafio no sentido de você pertencer, mas, digamos, não pertencer. Você tem que manter uma posição de debate com as posições e, às vezes, olhar friamente para aquilo que está sendo feito e discutido apaixonadamente. Tudo para, justamente, tentar ajudar e alinhar.   Acredito que o papel do conselheiro vem contribuir para a eficácia e a legitimidade dos processos. Eu já estive do outro lado, batalhando por projetos, e sei como é importante ter alguém que possa olhar e dizer: “Espera, talvez não seja por aí”. Então, é um desafio estar agora desse lado, onde preciso contribuir de uma maneira isenta e olhando de uma perspectiva mais estratégica, analisando a continuidade e a sustentabilidade das ações.

Mesmo com sua chegada recente no ILG, teve algum projeto em particular que lhe chamou a atenção?
De uma maneira geral, todos os projetos me surpreenderam positivamente. O que eu quero dizer com surpreenderam: eles são incrivelmente bem cuidados, bem orientados, com princípios muito estruturantes.São projetos sustentáveis no sentido de que buscam ficar de pé sozinhos após algum tempo. Todos têm uma boa base e acho impressionante o cuidado na elaboração, na montagem, na forma de preparação e nas consultorias que o ILG tem tido – tanto para seu próprio crescimento e alinhamento como nas ações que executa. Então esse é o impacto que eu já recebi, mesmo não tendo muitos detalhes dos projetos ainda. Citando algum especificamente, os mais avançados, que me parece que são os realizados na região de Angico dos Dias, são projetos de autonomia das pessoas e de diversificação da economia local, temas nos quais eu acredito muito. As sementes que o ILG está plantando estão muito bem cuidadas e regadas e, certamente, virão a dar muitos bons frutos.