A união faz a força. O bordão é antigo, mas revela-se uma realidade quando o tema é a Rede Social de Angico dos Dias. Por meio do esforço coletivo dos moradores, eles já contam várias conquistas, como a formação dos grupos voltados para a geração de renda, que agora parte para um segundo ciclo (leia AQUI), atividades educacionais e de resgate cultural, o mutirão para a construção da Praça São José, entre outros. Tudo não seria possível se não fosse o empenho individual em prol de toda a comunidade de pessoas como a professora Rosa Maria Ribeiro da Mata Rocha, participante da Rede Social desde o seu início e figura ativa em diversas atividades. E foi com ela que conversamos para a News desse mês. Confira o bate-papo sobre a Rede e as mudanças que ela vem promovendo em Angico dos Dias.

O que você notou em Angico depois que começaram os trabalhos da Rede Social?

Creio que houve uma grande mudança de mentalidade. Vejo que as pessoas estão pensando mais coletivamente – não em soluções individuais apenas -, trabalhando pelo bem comum, não de um só. Pouco a pouco, a comunidade vem participando mais dos projetos. E isso é muito bom, porque quando criamos a Rede um dos objetivos era, justamente, buscar em grupo as soluções para os problemas que víamos na região.

Teve algum projeto ou atividade que a tenha marcado em especial?

Ah! Um dos casos mais marcantes foi, com certeza, a construção da Praça São José. Esse é o principal exemplo de como as coisas podem acontecer. Toda a comunidade ajudou a construir. As pessoas se mobilizaram, seja doando o que podia, seja ajudando com a mão-de-obra. E assim fizemos acontecer! Acho que conseguimos mostrar que, mesmo sem muitos recursos, quando a comunidade quer ela pode fazer qualquer coisa, basta se unir e caminhar de mãos dadas. Foi bonito de ver as crianças se emocionando quando souberam que haveria brinquedos para elas. E são ações como essa que estão ajudando todos a terem essa visão mais do coletivo, mesmo. Para mim, a construção da Praça São José foi uma conquista e tanto!

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Como está o trabalho nos grupos que você participa?

Faço parte da Horta Esperança e do grupo de resgate cultural, além de colaborar com outros projetos, como a coleta seletiva e a construção da praça. Acho que o Horta Esperança é o grupo mais ativo dos quais eu estou. Tentamos produzir alimentos orgânicos, levar para a mesa das pessoas produtos livres de agrotóxicos que, além de trazer uma melhoria da renda com a comercialização, também contribui para melhorar a saúde do povo. Como qualquer negócio, tivemos um período difícil por causa do forte período de seca, mas depois começamos a cultivar alguns produtos e, agora, espero que vá de vento em popa. Já no projeto de resgate cultural, a gente tenta trazer de volta alguns costumes que tinham antes na comunidade e foram esquecidos. É o caso do reisado e até mesmo da quadrilha de São João, que agora está muito presente na comunidade novamente e, inclusive, já somos bicampeões no concurso de quadrilhas do município. Acho o trabalho de resgate cultural muito importante para que as crianças e jovens conheçam e mantenham as tradições.

Na sua visão, qual a principal importância da Rede Social?

Ela tem uma importância muito grande para a nossa comunidade, pois é através da Rede que a gente consegue resolver alguns problemas, planejar ações juntos, ir atrás de parceiros, organizar ações e realizar trabalhos. Não é só um lutando sozinho, mas um grupo inteiro. Como se diz: a união faz a força!