Depois das eleições, quando entram novos prefeitos e secretários nos municípios, a possibilidade de descontinuar projetos que vinham sendo realizados em parceria com as antigas gestões sempre gera uma expectativa. Felizmente, tivemos boas notícias com relação a esse tema nesse início de ano. Foram muito positivos os resultados da série de reuniões que realizamos com o poder público em Serra do Salitre (MG) e em Campo Alegre de Lourdes e Luís Eduardo Magalhães, ambos na Bahia.
Os prefeitos de Serra do Salitre e de Campo Alegre de Lourdes conheceram melhor o trabalho de fortalecimento da gestão pública que estamos realizando em parceria com a ONG Agenda Pública nessas localidades e concordaram com a continuidade do projeto. “Nós também tivemos a oportunidade de conversar com os novos secretários municipais; o apoio deles é fundamental para realização dos projetos junto às comunidades”, diz Valéria Lapa, gerente de Relacionamento Institucional e Comunidades do Instituto Lina Galvani. Em Serra do Salitre, por exemplo, além da iniciativa de fortalecimento da gestão pública, foi acertada, com a Secretaria de Educação, a repactuação do Comunidade de Aprendizagem, que realizamos em parceria com o Instituto Natura.
Em Luís Eduardo Magalhães, apresentamos o Instituto Lina Galvani para o novo prefeito e conversamos sobre os projetos que já realizamos no município e os planos para 2017. A reunião também foi importante para receber o aval da prefeitura para o mutirão de construção de uma praça, iniciativa que estamos desenvolvendo com um comitê de moradores dos bairros que ficam no entorno da empresa Galvani.
“Ter o apoio das novas gestões é uma conquista tanto para o Instituto quanto para a Agenda Pública e a Galvani. Mostra o reconhecimento de projetos que já foram iniciados e geram grande expectativa para todos”, diz Valéria. “Agora, é seguir nos empenhando para desenvolver um bom trabalho para que o resultado aconteça para a comunidade, que é nosso maior beneficiário”, completa.
UMA PERGUNTA PARA…
Cassiele Moraes, gerente de Projeto da Agenda Pública
Com relação ao trabalho que vem sendo realizado em parceria com o Instituto Lina Galvani, como tem sido a recepção do poder público e quais os próximos passos?
Em geral, os programas da Agenda Pública são muito bem recebidos pois os gestores reconhecem a importância da proposta e se interessam pelo apoio. É comum encontrar nesses municípios pequenos uma carência muito grande de conhecimento, técnico e jurídico, para que possam executar as políticas com mais qualidade e oferecemos esse suporte.
Em Serra do Salitre, o processo de elaboração do diagnóstico da gestão pública fez com que os gestores e funcionários efetivos percebessem a importância da intersetorialidade e da ação conjunta para resolver problemas. E o fato de conseguirmos fazer com que os próprios atores locais percebam suas fragilidades e enxerguem caminhos possíveis para melhorar a prática administrativa já é uma ganho. O próximo passo é a elaboração do planejamento estratégico participativo e, a partir daí, a definição das prioridades e elaboração de planos de ação.
É muito importante realizar com eles, gestores e outros atores, o exercício de desdobrar as estratégias em planos de ação, ou seja, levar a ação até o nível operacional para que o plano seja passível de ser executado. Esse processo evita que os planos se tornem “de gaveta”. A participação de pessoas chave da sociedade civil também ajuda a fortalecer o processo.
Em Serra do Salitre, no fim de 2016, foi realizado o evento Diálogos Democráticos aproximando a população da gestão pública. Pretendemos, com isso, abrir caminhos para fomentar e fortalecer a participação social, pois acreditamos que a participação é imprescindível na construção de uma gestão pública mais transparente e eficaz.
No que se refere à Campo Alegre de Lourdes, temos buscado, em conjunto com o poder público, aprimorar a capacidade dos funcionários para realizar a gestão de projetos e convênios. Aprimorar o olhar da gestão pública para os povoados da zona rural, conhecer suas demandas e potencialidades e trazer as prioridades para dentro do planejamento das secretarias é a proposta para 2017.
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