por Sylvia Guimarães

Quando uma empresa, instituto ou fundação decide criar um projeto visando o desenvolvimento de uma comunidade, o ponto de partida é quase sempre o mesmo: buscar o governo local e/ou organizações comunitárias para estabelecer uma parceria. A partir daí, os caminhos são muitos.

É possível colaborar com o governo local, fortalecendo a gestão pública – mas correndo o risco de vincular-se a determinada corrente partidária. É possível também trabalhar diretamente com a comunidade, uma opção com outros tantos caminhos possíveis.

Pode-se, por exemplo, escolher uma organização de base comunitária como referência, ou optar por eleger uma liderança tradicional como interlocutora, ou ainda articular diferentes segmentos da comunidade, com o objetivo de criar um espaço de participação comunitária.

Os espaços de participação comunitária são mais difíceis de serem criados e mantidos, mas podem levar a resultados duradouros. A partir desses espaços é possível, por exemplo, identificar demandas para doações no nível da infraestrutura e equipamentos, achar talentos e optar por investir na formação de lideranças comunitárias, ou ainda apoiar reflexões estratégicas, ajudando grupos a construírem suas visões de futuro.

Nos espaços de participação, os comunitários exercitam a fala, a escuta, a mediação, a cidadania e a democracia. É por isso que a participação pode levar ao empoderamento, um termo com muitos significados associados, mas que pode ser brevemente entendido como o reconhecimento da capacidade de um grupo desempenhar um papel ativo em suas iniciativas de desenvolvimento.

Por isso, quando uma empresa, instituto, fundação ou qualquer ator privado externo decide voltar seus investimentos para uma localidade, mesmo que esteja respondendo à uma situação emergencial, deveria idealmente valorizar os canais de participação comunitária e investir na formação das pessoas, visando uma contribuição mais permanente para a transformação social. 

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