Desde sua criação 10 anos atrás, a atuação do ILG é toda pautada nos valores daquela que dá nome ao Instituto, D. Lina Galvani. A partir de um bate-papo com essa simpática senhora, matriarca da família Galvani que completou 100 anos em janeiro e continua lúcida e cheia de histórias para contar, elegemos exemplos que ilustram alguns desses valores. Conheça-os e inspire-se junto conosco!

Conhecer primeiro, para depois agir
“Primeiro, precisa conhecer. Conversar bastante, ver o que eles estão precisando. Conhecer as crianças! Aí depois encaminhar para um caminho bom e certo.”

Vontade de aprender para além da escola
“Eu queria ir para a escola, mas a gente precisava ajudar em casa e no trabalho. O meu pai fazia a gente ir só até o terceiro ano e depois punha para trabalhar. Mas, eu gostava tanto de estudar que continuei: lendo, acompanhando outros amigos que sabiam um pouco mais, uma professora que morava perto de casa e uma tia minha que era professora. Então, aprendi. Eu e meus irmãos não tivemos a chance de ir para a escola, não tivemos muito estudo, mas sempre tivemos a cabeça muito boa, a gente era muito curioso, gostava de aprender as coisas… Eu não parava não, sempre aprendendo uma coisa ou outra.”

O que não pode faltar: respeito e paciência
“A gente precisa ter muita paciência um com o outro, né? Muito respeito. É isso em primeiro lugar, não pode faltar. Precisa ter paciência, uma coisa que hoje em dia quase ninguém tem. Qualquer coisa, um vai pra um lado, outro vai pro outro, desse jeito não pode. O respeito é a principal coisa.”

Fé em Deus, na vida e em si mesmo
“Se a gente não tiver fé e não pedir tudo o que precisa pra Deus, quem é que vai ajudar? E não é só Deus que precisa te ajudar não, você também tem que se ajudar. Não é só a gente pedir ‘ai, meu deus, me ajuda’”, mas e você, não se ajuda em nada? Você também tem que se ajudar! É como quando você vai no médico, o médico te dá o remedinho direitinho, mas o doente também precisa se ajudar, precisa fazer tudo direitinho o que o médico manda, senão não dá nada certo.”

Crença na força do trabalho
“No começo, quando eu me casei, foi difícil, a gente só trabalhava e não tinha nem uma casinha. Mas foi com o trabalho que a gente chegou onde está. Meu marido também era muito trabalhador, não tinha domingo, não tinha feriado, não tinha nada, aparecia serviço, trabalhava. Eu ajudava meu marido. Todo mundo punha a mão na massa. E assim, a gente venceu na vida.”

A importância da diversão
“Chegava fim de semana tinha festa, tinha baile e a gente se divertia. Dava tempo pra tudo! Para trabalhar, para passear, para tudo. Eu gostava de encontrar os amigos, passear. A gente nunca ficava um sábado sem dançar, todo sábado tinha baile. E era uma alegria: tudo gente muito alegre, muito boa, muito amiga. E naquele tempo a gente ria tanto, como a gente se divertia! Com tão pouca coisa, a gente se divertia tanto, meu deus, como era bom.”

Se pudesse, viveria tudo de novo
“Eu estou com bastante idade, mas se eu pudesse voltar atrás, eu queria fazer tudo de novo, de tão bom que foi! E foi com muito sacrifício… nós vencemos na vida, mas com muito sacrifício. Todo mundo tinha muita saúde! Tinha muita paz, muita alegria, o que que você queria mais?”

E um conselho final da D. Lina
“Veja como você leva a sua vida. Porque cada um leva de um jeito, mas a gente precisa saber levar… as vezes tem gente que por qualquer coisinha, fica falando que ele é muito isso, muito aquilo… e se você levar as coisas tudo em ponta de faca… o que que acaba? Acaba a amizade. Quando acontece alguma coisa desagradável, tem que deixar passar… amanhã é outro dia e está todo mundo junto outra vez.”